Como funciona o cérebro da criança
Graças aos avanços e pesquisas da Neurociência hoje conseguimos compreender como o cérebro de uma criança se desenvolve desde o seu nascimento.
A Neurociência nada mais é do que o conjunto de ciências que estudam o sistema nervoso, do que ele é feito, sua estrutura, seu desenvolvimento, funcionamento, sua relação com o comportamento e de como a mente gera pensamentos e emoções.
Diante de todas estas descobertas, pesquisadores afirmam que o cérebro é um órgão que pode ser visualizado, tocado e manipulado. Ele é composto de substâncias químicas, enzimas e hormônios, que podem ser medidos e analisados.
O funcionamento do cérebro depende de neurônios, os quais consomem oxigênio, trocando substâncias químicas através de suas membranas. Existem 100 bilhões de neurônios no cérebro de um recém nascido e 5 trilhões de conexões nervosas, que chegarão a 1 quatrilhão nos primeiros meses de vida da criança. Estas ligações são formadas pela experiência, a partir dos estímulos recebidos e das hipóteses formuladas pelo indivíduo diante de uma nova situação.
Isto vai acontecendo progressiva e expressivamente, à medida que as terminações nervosas responsáveis pela fala, visão, tato, paladar, olfato, audição e pelo movimento fazem suas primeiras conexões. É nos primeiros anos de vida que a criança forma sua personalidade e seu caráter, nesta fase também acontece o desenvolvimento da inteligência e das habilidades.
Assim que a criança nasce, os estímulos devem ser proporcionados da forma mais variada possível, desde um simples toque no bebê recém nascido, até brincadeiras e atividades mais complexas e desafiadoras.
É através dos estímulos sensoriais que são formadas as chamadas sinapses, conexões que favorecem a comunicação entre os neurônios. Quanto mais sinapses se formarem, melhores serão as capacidades cognitivas e maior será o aprendizado ao longo da vida.
Nos primeiros anos de vida o cérebro alcança uma atividade que jamais se repetirá; Entretanto, o cérebro não nasce pronto, ele vai crescendo e amadurecendo ao longo dos anos.
Para que o desenvolvimento cerebral atinja toda sua potencialidade e multiplique seu poder de conexões, o cérebro necessita de exercícios, ou seja, de estímulos. Estes por sua vez devem ser proporcionados de forma adequada, para sejam oferecidos na medida certa, respeitando os estágios de desenvolvimento da criança e suas limitações.
Independentemente da carga genética que também é um fator relevante no desenvolvimento da criança, o cérebro deve ser constantemente desafiado para que mantenha e até melhore as suas funções cognitivas, como: memória, percepção, raciocínio lógico-matemático, linguagem, atenção e aprendizado. Mas, como é na infância que se desenvolvem as bases da inteligência, exercitar os neurônios desde cedo é tão importante para a criança quanto ir à escola, dormir cedo, se alimentar bem e obedecer a regras básicas de disciplina estabelecidas pelos pais.
Diante de todas estas descobertas e informações, hoje temos a possibilidade de ajudar a moldar e estimular o cérebro de nossos filhos, pois a partir do momento que passamos a conhecer o funcionamento desta máquina, temos a oportunidade de intervir de forma positiva na aprendizagem, na aquisição de habilidades sociais, emocionais e comportamentais, contribuindo desta forma para que eles se tornem adultos com melhores capacidades de atuar e agir ao longo de suas vidas.
Anahid Fernandes