LIMITES NA MEDIDA CERTA!
Educar uma criança é uma tarefa árdua e muito complexa, com situações totalmente inusitadas e inesperadas para a maioria dos pais, que nem sonhavam em ter tanto trabalho e desafios, todos os dias, todas as horas do dia.
Todos nós temos a consciência da importância dos limites nas relações, principalmente nas relações entre pais e filhos, mas o fato de saber disso não é o suficiente para fazer desta uma tarefa fácil. Os pais frequentemente se deparam com muitas dúvidas e conflitos: Como educar da maneira correta? Por que meu filho não me obedece? Onde eu errei? Qual é a idade certa para começar a dizer não?
Antes de tentarmos entender as reações, o comportamento e as birras de nossos filhos, é importante compreendermos nossos valores, crenças e atitudes. O que pretendemos e como queremos educá-los. Educar nada mais é do que transmitir valores éticos e morais. É fundamental que os adultos tenham clareza de suas convicções e sejam fiéis a elas, pois para as crianças, eles são modelos vivos a serem seguidos e é por meio do convívio, com essas referências que elas vão estruturando a sua própria personalidade.
Existe uma grande diferença entre obediência e limite. Limite nada mais é do que uma fronteira que não deve ser transposta, é a demarcação de um território que não deve ser invadido. Já obediência é o ato pelo qual alguém se conforma com as ordens recebidas sem questionamento. Queremos filhos obedientes ou educados?
Antes de qualquer coisa, é preciso ter clareza de dois pontos na hora de repreender ou ensinar uma criança, o que eu quero que ela aprenda com esta situação e de que forma vou fazer isto. Não basta proibi-la de agir de determinada forma, é preciso justificar com bons argumentos a proibição. Uma boa educação é aquela que estabelece limites com consciência, respeito e fundamentos educacionais.
A boa educação é aquela que começa na infância. Os pais muitas vezes se enganam ao achar que a criança ainda é muito pequena para entender o que é certo ou errado, na verdade elas ainda não pensam, nem se expressam da mesma forma que o adulto, mas são como “esponjinhas” e estão captando tudo que está ao seu redor, inclusive o que podem e o que não devem fazer.
É preciso estabelecer regras claras desde cedo para evitar futuros problemas de comportamento. É lógico que as regras vão se estabelecendo de acordo com o nível de desenvolvimento e maturidade das crianças; Mas, ao contrário do que se pensa, as crianças são muito preocupadas com regras. Parece que agir dentro de limites estabelecidos, oferece-lhes uma estrutura segura para lidar com uma situação nova ou desconhecida. A falta de limites para elas muitas vezes é encarada como algo negativo e pode até representar a falta de afeto.
Como pais precisamos compreender a diferença entre autoridade e autoritarismo. Autoridade é uma pessoa que detém o conhecimento sobre um determinado assunto, já autoritarismo está relacionado ao uso excessivo de poder; despotismo. Os adultos são autoridades para a criança, uma vez que conhecem o que elas ainda não conhecem e, por essa razão são eles os responsáveis pela educação, pelos limites, pelo não, pela conscientização e transmissão de valores positivos para sua formação.
Apenas o limite educativo, que é decorrente da clareza de comunicação e de raciocínio, educa para a construção da autonomia. A força dos pais está exatamente em transmitir aos filhos a diferença entre o que é aceitável ou não, adequado ou não, entre o que é essencial e supérfluo, entre os deveres e os direitos, e assim por diante.
Lembre-se sempre que, assim como um atleta precisa de um preparador físico, as crianças precisam de um “preparador” educacional. Portanto, seja você o preparador educacional de seu filho!
Anahid Fernandes